O empresário Joesley Batista, dono do frigorífico JBS, afirmou em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR) que o ex-ministro da Fazenda de Lula e Dilma Rousseff, Guido Mantega, era o contato dele com o PT. Joesley relatou também que havia uma espécie de conta corrente para o PT na JBS. O ex-ministro, que substituiu Antônio Palocci como operador de Lula e do PT, negociava as propinas com os donos da JBS e distribuía dinheiro a rodo entre os parlamentares petistas e seus cupinchas.
De acordo com Joesley, também era Mantega - que usou a doença da mulher para se fingir de vítima - quem operava os interesses da JBS no BNDES. Na edição passada do HP, já havíamos informado que o BNDES liberou em tempo recorde R$, 8,1 bilhões para o grupo adquirir concorrentes e se transformar em monopólio. As informações fazem parte do material da colaboração premiada que Joesley e seu irmão, Wesley Batista, fecharam com a PGR na operação Lava Jato.
Joesley disse que não tinha intimidade com o ex-presidente Lula, mas relatou, entretanto, um encontro com o petista em que reclamou que os pedidos de propinas estavam atingindo valores astronômicos. Segundo ele, Lula não teria dito nada. Os depoimentos, cujas partes envolvendo guido Mantega foram divulgados nesta quata-feira (17), foram coletados do início de abril até a primeira semana de maio. O negociador da colaboração foi o diretor jurídico da JBS, Francisco Assis da Silva, que depois também virou colaborador. Joesley disse que Luciano Coutinho era informado antes por Mantega sobre as demandas da JBS.
Fonte: Jornal Hora do Povo